terça-feira, 21 de junho de 2011

Eure Erben - a volta do Darkness


Entre tantas "comebacks" inesperadas que se tornaram uma constante na atualidade, o ano de 2010 viu a volta em forma de full-length da banda de thrash alemã Darkness, sob o nome de Eure Erben, uma homenagem aos 2 vocalistas falecidos da banda na época clássica no final dos anos 80.


Após 2 Ep's o álbum Terror 2.0 saiu senão me engano na primeira parte de 2010, um CD duplo contendo não apenas a versão original (cantada em alemão) quanto a em inglês (a comentada aqui), provavelmente devido ao fato da banda já possuir seus fãs mundialmente graças a discos como Death Squad e Defenders Of Justice. O mais legal é que apesar da gravação mais moderna a banda aparentemente continua a mesma, algo que pode ser visto principalmente pelas linhas vocais que lembram muito a maneira que eram cantadas em faixas como Faded Pictures do debut, o que ao meu ver sempre foi uma característica forte do som do Darkness. Não apenas isso, mas a própria banda continua afiadíssima, com uma volta que facilmente será mais do que aprovada pelos thrashers que ainda se preocupam em dar atenção para bandas como essa.


A banda lançou seu primeiro vídeo da faixa Terror Für Terror:

domingo, 29 de maio de 2011

Entombed - Death Metal


É difícil tentar resumir em poucas palavras a importância desse disco em toda a cena do metal extremo na Europa. Vindos da Suécia, o embrião do Entombed surgiu da união de ex-membros do Morbid (Uffe Cederlund e Lars-Göran Petrov) junto com os que permaneceram no Nihilist após a saída de Johhny Hedlund (que depois faria fama no Unleashed). O debut, lançado em 1990 foi o início de tudo o que seria reconhecido mundo afora como death metal sueco, com uma sonoridade extremamente ríspida e brutal, gerou um monte de "crias" na cena Suéca de bandas que até hoje mantém a cena de lá como uma das maiores do mundo quando o assunto é metal extremo. Independente do que você pense sobre os álbuns recentes do Entombed, Left Hand Path é um ítem indíspensável para fãs do estilo, com alguns dos maiores hinos do Death Metal como Revel In Flesh, When Life Has Ceased, But Life Goes On, e a épica faixa-título. Um verdadeiro clássico do metal da morte.





O segundo álbum do Entombed possuí uma história interessante. A banda teve problemas com o vocalista original LG Petrov e o dispensaram pouco tempo após o lançamento do clássico Left Hand Path, anunciando em seguida o vocalista Johnny Dordevic que foi meio mal interpretado por todos na cena européia na época. Após alguns anos foi revelado que o verdadeiro vocalista do Clandestine foi na verdade o baterista Nicke Andersson (que hoje faz sucesso como frontman do Hellacopters). O álbum não soa tão macabro quanto o debut Left Hand Path, ele é mais como uma amostra exemplar do caminho que o death metal suéco iria seguir da metade dos anos 90 até hoje. Mesmo considerando Clandestine como um clássico do death metal, com verdadeiras pedradas como Sinners Bleed e Blessed Be eu percebo que em algumas músicas mais ambiciosas a banda já estava demonstrando o caminho que iria seguir se distanciando um pouco do death metal tradicional clássico, o que depois se tornaria uma constante em toda a discografia do Entombed.

Nota: a versão nacional em CD do Clandestine (com o logo amarelo) possuí uma gravação horrorosa, com um chiado estridente que acaba com qualquer boa impressão que você queira ter do disco. Apesar da versão nacional ter um preço mais acessível, vale bem mais a pena guardar dinheiro para arrumar uma versão importada mais cara ou até mesmo o disco em vinil do álbum.


Após poucos shows com o Dordevic nos vocais, o vocalista original Lg Petrov resolveu seus problemas com a banda e retornou no meio da tour do Clandestine, inclusive gravando um show que foi lançado em DVD.

Living Dead/Revel In Flesh:
Sinner Bleed:

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Blind Illusion


O Blind Illusion foi a primeira banda da bay area a surgir que possuí ligações com o thrash metal, embora provavelmente na época das primeiras formações (datadas do final dos anos 70) a banda deveria estar bem longe desse estilo. Tendo como membro principal o líder Marc Biedermann, após ínumeras formações contando com diversos membros de nome de toda a cena da região, várias demos lançadas e uma mudança estilística que foi denominada como "thrash metal progressivo" a banda lançou o debut full-length The Sane Asylum em 88.


Nessa época, além do Marc Biedermann a banda contava também com o guitarrista Larry Lalonde (pouco após o fim do Possessed que tinha lançado seu último EP um ano antes) o genial baixista Les Claypool (que fez sucesso com o Primus, inclusive com o próprio Lalonde) e o baterista Mike Miner. O álbum em sí mostra um thrash muito diferente do padrão daquela época, geralmente mostrando uma atmosfera meio intrigante, com um excelente trabalho instrumental e uns vocais esquisitos. Apesar de bem respeitado, definitivamente não é algo que cai no gosto de qualquer pessoa acostumada a ouvir um som como Slayer e afins. Há algumas poucas raridades em vídeo de shows dessa época da banda:

Vengeance Is Mine:
Solo de baixo, Smash The Crystal, Immigrant Song (cover do Zeppelin) e cenas do backstage:


Um ano depois, uma demo foi lançada como prévia de um segundo disco que nunca foi lançado, até a banda voltar em 2009 e soltar um dos plays mais bizarros da atualidade.


Demon Master é um álbum que eu não entendi e nunca entenderei na vida. Esqueça tudo o que já havia ouvido do Blind Illusion, aqui tem coisa de blues, country, rock progressivo, uma mistureba que não chega a lugar algum. Não que eu esteja reclamando de experimentações e que isso deva ser mal visto, mas o problema é que esse disco é ruim MESMO para o estilo que a banda tentou tocar. Manchou o nome "cult" que possuía com o The Sane Asylum e não agradou a ninguém, definitivamente, uma das maiores decepções da cena na atualidade.

Marc Biedermann FRITO:

terça-feira, 24 de maio de 2011

Necrosis (CHI) - novo vídeo


Se lembram do Necrosis, aquela banda Chilena que lançou um disco e um EP no final dos anos 80 e apareceu naquele programa tipo Silvio Santos?


A banda lançou um vídeo de um som chamado Hidden Enemy, do último disco que foi lançado em 2009 chamado Reborn, bacana o trampo novo, uma pegada diferente mas ainda thrasher:


Pra fechar, uma matéria da cena thrasher chilena nos anos 80

Mortal Remains - Next Level (2007)



O debut Next Level do Mortal Remains é um daqueles álbuns que você ouve, tem a impressão de ser um disco básico inicialmente mas começa a gostar percebendo detalhes variados conforme a sua dedicação para a audição do negócio. A banda criou uns riffs realmente marcantes, com uma execução bem selvagem e os vocais da Corinna que são meio na linha Max Cavalera, um grunhido meio rouco mas muito adequado para o som. Bela adição pra cena alemã, esse disco é realmente bom, uma pena que a Corinna tenha saido da banda pouco tempo depois do lançamento.

My Revenge:

sábado, 14 de maio de 2011

Heathen - discografia comentada



O primeiro álbum do Heathen não é apenas um típico álbum de thrash americano oitentista. O destaque positivo desse álbum vai para os excelentes vocais do David Godfrey, que possuem um toque mais melódico mas ainda assim mantém a agressividade. Já na parte músical a banda ainda estava meio "verde" nessa época, a ponto de não haver nenhum destaque em especial musicalmente (exceto talvez por faixas como Goblins Blade ou Open The Grave, provavelmente as melhores do álbum) , mas pelo menos isso torna o álbum mais focado e melhor para se ouvir na íntegra. Se, de qualquer maneira possível, você pudesse unir os álbuns Walls Of Jericho do Helloween e Bonded By Blood do Exodus em um só, provavelmente saíria algo parecido com o Breaking The Silence.

Set Me Free (cover do The Sweet):


Muitas pessoas tem o costume de comparar o segundo álbum do Heathen Victims Of Deception com o ...And Justice For All do Metallica, eu particularmente acho isso meio bizarro já que não consigo ver nenhuma semelhança entre esses 2 álbuns que não seja a longa duração das faixas no geral. O Victims Of Deception é um dos melhores discos de thrash metal lançados nos anos 90, é thrash com classe, com músicas longas mas nunca maçantes. Com uma gravação bem clara e nítida, músicas muito bem construídas (não tão rápidas e cruas quanto as do Breaking The Silence) e com vocais bem mais balanceados, posso dizer que esse é um verdadeiro caso de disco injustiçado, pois deveria ser visto hoje como um clássico do thrash metal tanto quanto os outros mais considerados que saíram na mesma época.

Infelizmente não há vídeos disponíveis da banda ao vivo nessa puta fase, uma pena.

Opiate Of The Masses (ao vivo no Thrash Of The Titans 2001):


Timeless Cell Of Prophecy (ao vivo 2010):





Depois de quase duas décadas, o Heathen finalmente voltou para o tão aguardado lançamento do seu terceiro álbum em 2009. A primeira faixa Dying Season soa como qualquer faixa do debut Breaking The Silence só que de uma maneira bem mais atual e marcante, mas o álbum não para por aí. As músicas seguintes possuem vários detalhes interessantes, e mesmo com o guitarrista Lee Altus atuando no Exodus, ele ainda manteve os riffs característicos originais de sua própria banda para esse lançamento. O vocal do David Godfrey soa um pouco mais cansado mas nada que afete muito o resultado final. O Victims Of Deception ainda fica com o posto de melhor álbum do Heathen, mas o The Evolution Of Chaos não fica muito atrás e é uma continuação mais do que lógica na carreira da banda, principalmente após tantos anos fora da cena.

domingo, 8 de maio de 2011

Warbeast - Krush The Enemy (2010)


Apesar de ser uma banda nova, o Warbeast tem integrantes que já possuem um bom currículo dentro da cena. Parte da formação da banda consiste em membros do Gammacide com ninguém menos que Bruce Corbitt (quanto cantou no primeiro e melhor disco do Rigor Mortis) nos vocais. O álbum Krush The Enemy no geral mostra um thrash metal básico, sem muita inovação mas bem interessante e direto ao ponto, e o vocal do Bruce Corbitt continua praticamente o mesmo. Recomendado principalmente para fãs dos discos das bandas já citadas.




O Warbeast é uma das principais bandas da nova gravadora do Phil Anselmo, a Housecore Records. Segue alguns vídeos da banda ao vivo, o primeiro ainda com a participação do próprio:




The Plague At Hand:
Self Will Run Riot:



sexta-feira, 6 de maio de 2011

D.R.I. ao vivo em SP

Confiram esses vídeos com qualidade excelente do show do D.R.I. que rolou em SP no Carioca Club faz algumas semanas:

Violent Pacification:
Who Am I/Slumlord:


Manifest Destiny/Beneath The Wheel:

Defiance (US)



O Defiance é uma das bandas menos lembradas da Bay Area, provavelmente por ter sido uma das últimas a terem lançado disco naquela região. O debut Product Of Society, produzido pelo Jeff Waters é quase como uma amostra exemplar do que era o thrash metal no final dos anos 80. A princípio a banda pode soar um pouco simples e básica demais, mas o que realmente torna esse debut um grande disco é a energia que a banda põe tocando músicas que mesmo dentro de sua simplicidade soam brilhantes. O som se enquadra no termo street thrash, com vocais totalmente sem emoção (cortesia do Ken Elkinton, que nunca gravou mais nada além desse disco) mas que casam de maneira maravilhosa com a música. Product Of Society é um disco feito por pessoas que sabem expandir tudo ao máximo dentro de seus limites.


Entre mais um dos casos de discos arruínados pela gravação pobre, aquí está o segundo álbum do Defiance lançando em 1990, Void Terra Firma. Após a saída do Ken Elkinton, Steev Esquivel foi chamado para o posto de vocalista do Defiance. De fato, ele possuí uma voz muito mais agressiva e poderosa do que o anterior, mas é inacreditável como tudo nesse álbum é inaproveitado graças a péssima gravação. O Defiance aqui não consegue passar o mesmo feeling "estiloso" do primeiro álbum, as músicas soam mal-feitas e as linhas vocais de alguma maneira parecem não se encaixar muito bem com o instrumental da banda deixando realmente difícil a apreciação geral do álbum. O cover horroroso da faixa Killers do Iron Maiden pode até ser usado como exemplo da atmosfera geral estranha desse álbum. Não importa o quanto alguém queira pensar diferente, o álbum Void Terra Firma não manteve a qualidade do anterior.

Alguns vídeos da tour desse disco, nos 2 primeiros a banda abriu para o Vio-lence (!).

LockJaw:


Slayground:


Checkmate (91):


Tendo bastante o que provar depois do lançamento do Void Terra Firma, o Defiance volta com seu terceiro álbum em uma época já não muito favorável ao thrash metal surpreendendo com um disco cheio de qualidade e originalidade. A princípio, o Beyond Recognition pode soar pouco tradicional comparado aos discos anteriores, mas as partes com pegada são preenchidas por riffs palhetados com muita criatividade. Os vocais do Steev Esquivel soam poderosíssimos e fluem bem com a parte instrumental, totalmente diferente do álbum anterior da banda. O Beyond Recognition de fato é um álbum difícil de acostumar, mas é nessa fase que a banda atingiu o seu ápice, e faixas como Step Back, Perfect Nothing e Inside Looking Out são ótimos exemplos do estilo novo mais versátil e original da banda. O álbum Beyond Recognition foi um dos últimos suspiros do thrash metal clássico, um disco excelente que merecia bem mais atenção na época.

Inside Looking Out:

Grand Magus - 2008-2010



Para uma banda que praticava um metal mais na linha doom stoner, o Grand Magus surpreendeu a partir de 2008 com o lançamento do Iron Will, adotando uma escrita musical mais voltada ao metal tradicional. O que é mais legal e da um destaque a mais ao Grand Magus nessa fase é que a banda ainda manteve poucas características da fase stoner o que deixou o som um pouco mais pesado do que a média, talvez até por se tratar de um power trio. Esse foi um fator importante para fazer a banda se destoar da massa, além do álbum de fato possuír muitas músicas boas e um trabalho de guitarras muito agradável embora simples. Iron Will é um dos grandes destaques da cena suéca da atualidade.

Iron Will:
Like The Oar Strikes The Water:




O Hammer Of The North é um álbum que manteve a linha mais épica que o Grand Magus decidiu adotar a partir do Iron Will, dessa vez com um gravação ainda mais profissional, e bem mais controlado que anteriormente. Embora a impressão geral seja de que o Grand Magus tenha perdido um pouco da energia que havia tornado o Iron Will tão bom, em compensação a banda esta ainda mais forte e músicas como a faixa-título e At Midnight They Get Wise são provavelmente algumas das melhores que eles já fizeram. Talvez na contagem final o Hammer Of The North não alcance uma pontuação igual ao do anterior, mas é uma continuação lógica do estilo que a banda começou a desenvolver e mais uma ótima adição para a discografia da banda.

Hammer Of The North (video):

At Midnight They Get Wise (video):



segunda-feira, 2 de maio de 2011

Holy Moses - discografia comentada 86-92



O primeiro álbum da histórica banda alemã Holy Moses não é exatamente o que eu chamaria de uma obra-prima do thrash metal antigo, mas também não é um álbum de todo o mal. O Holy Moses na época do Queen Of Siam soava como qualquer outra banda alemã do meio dos anos 80, tendo um destaque a parte mais pelos vocais femininos e gritados da Sabina Classen. São riffs básicos, solos bem feitos e músicas mais interessantes pelo contexto nostálgico do que por qualquer qualidade ácima da média do que era feito na época.


O segundo disco e maior clássico do Holy Moses é extremamente considerado na Europa mas não muito valorizado aqui no Brasil. A "competição" já era grande na época em que ele foi lançado, já que a Alemanha era o segundo país com mais bandas de thrash metal existentes perdendo apenas é claro para os EUA, mas o Finished With The Dogs até o ano de 1987 era um dos discos principais, com verdadeiros clássicos da banda como nas violentíssimas Current Of Death e Military Service. O vocal da Sabina Classen estava no ápice, sinceramente não da para crêr que uma garota daquele tamanho na época tivesse uma voz tão absurda, a ponto de deixar boa parte dos vocalistas da cena de lá comendo poeira. Esse é um disco atemporal e obrigatório para qualquer apaixonado pelo metal europeu.

Alguns vídeos da banda ao vivo na época, com direito até a cover do S.O.D. (prestem atenção no bebado em cima do telhado totalmente perdido no primeiro vídeo):

March Of The S.O.D. + Current Of Death:

Military Service:


Todas as habilidades técnicas que o Holy Moses possuía foram já demonstradas anteriormente com toda a fúria do álbum Finished With The Dogs, mas o terceiro álbum da banda The New Machine Of Liechtenstein é um exemplo da amostra dessas habilidades de uma maneira muito mais controlada. Sâo muitas as variações de tempo nas músicas desse álbum conceitual, e o melhor é que, apesar dele não ser tão intenso quanto o anterior, a qualidade excelente das músicas permaneceu intacta, tornando The New Machine Of Lichtenstein um dos álbuns top da carreira dessa banda alemã. Vários são os destaques desse disco, mas eu escolheria a última e intrigante Lost In The Maze como o maior de todos. Simplesmente, esse é mais um grande álbum dessa banda.

Segue mais um vídeo da tour deste álbum, um  vídeo-promo de divulgação para a faixa Panic e dois mostrando a história do álbum em páginas, infelizmente em alemão:

Finished With The Dogs:

Panic:

História parte 1:

História Parte 2:


Após um par de lançamentos de destaque o Holy Moses simplificou seu som com o álbum World Chaos. Do lado positivo, o instrumental mesmo mais simples ficou mais energético do que no lançamento anterior, mas é uma pena que toda a criatividade que a banda havia alcançado até então tenha sido totalmente perdida com esse lançamento mediano. Isso sem contar que os vocais da Sabina Classen ficaram com uma entonação diferente, pra falar a verdade ela soa mais como se estivesse totalmente bêbada durante todas as sessões de gravação desse álbum. World Chaos não é exatamente um álbum ruim, mas meio comum demais para uma banda que estava em ascensão.


Após uma volta aos básicos com o álbum World Chaos, o Holy Moses deu continuidade a sua carreira no começo dos anos 90 com o álbum Terminal Terror. A primeira diferença a se notar na banda nessa fase são os vocais da Sabina Classen, que já aqui começaram a ficar mais próximos do death metal. A banda não soa tão técnica quanto anteriormente, mas em compensação esta muito mais precisa e direta, com alguns arranjos muito interessantes como nas músicas Creation Of Violation e Pool Of Blood. Isso sem falar que a música no geral nesse álbum alcançou um novo tipo de atitude brutal que raramente foi repetida dentro do thrash metal, tanto musicalmente quanto liricamente. Vamos supor que você esteja num tremendo mau humor, contra tudo e contra todos - colocar esse álbum pra ouvir será uma garantia de que esse humor só ira piorar ao menos umas 2 vezes mais.


Embora o Reborn Dogs não tenha aquele clima estiloso e obscuro do disco anterior Terminal Terror, ele mostra o Holy Moses em uma de suas melhores formas, talvez fazendo desse o último grande registro dessa banda alemã. Os vocais da Sabina Classen aqui beiram ao death metal como nunca haviam soado anteriormente, somados a bases ensurdecedoras que explodem logo na faixa de abertura, Clash My Soul. A segunda faixa Decapitated Mind é um típico thrash metal em seu lado mais extremo, com aqueles backing vocals característicos da banda desde os tempos do clássico Finished With The Dogs. Welcome To The Real World é minha favorita. Com riffs extremamente marcantes, essa música deveria ser um hino da banda, uma constante nos atuais set-lists, pena que nem a própria banda de muito valor a esse disco já que é difícil ver músicas dele nos sets atuais. Até o final a banda mantém o mesmo pique, mas, infelizmente, a época não era a certa, o thrash metal em sua forma tradicional estava prestes a cair no esquecimento após alguns anos e ótimos discos como esse acabaram ficando para trás.


domingo, 1 de maio de 2011

Ratos de Porão ao vivo em Portugal

Há 2 dias o Ratos de Porão tocou no Barroselas Metalfest em Portugal. O show foi transmitido ao vivo mas eu não pude assistir, mas já tem 2 vídeos rolando no youtube, confiram só como o bagulho foi insano:



Set-list:

Exército de Zumbis
Expresso da Escravidão
Toma Trouxa
Crucificados 
Agressão, Repressão
Paradoxo da Soberba
Pedofilia Santa
Próximo Alvo
Paranóia Nuclear
Pobreza
Obrigado a Obedecer
Morrer
Mad Society
Crianças sem Futuro
Testemunhas do Apocalipse
Amazônia Nunca Mais
Máquina Militar
Crocodila
Crise Geral
AIDS, Pop, Repressão
Beber até Morrer
Work for Never/Bullshit Propaganda (Extreme Noise Terror)



De registro do mesmo festival, há 10 anos atrás, bangers fazendo vandalismo no cemitério hahaha...



sexta-feira, 29 de abril de 2011

Sacred Blade - Of The Sun + Moon (1986)


O álbum Of The Sun + Moon da banda cult canadense Sacred Blade é um grande exemplo do que poderia soar em uma fusão entre heavy metal tradicional e rock progressivo setentista. Com um conceito "sci-fi", riffs semi-técnicos e linhas vocais que variam entre inexpressivos e alucinantes, esse disco é nada menos do que uma tremenda pérola oitentista esquecida no tempo. As variações ritmícas de músicas como a faixa-título e Fieldz Of The Sunshrine dão quase que um sentimento intrigante a música do Sacred Blade. O único defeito desse álbum é que ele possui um par de músicas mais voltadas ao heavy metal típico e básico, e bem ruins por sinal, causando uma leve falta de foco que realmente pode distrair sua atenção durante a experiência, mas no geral esse é um álbum interessantíssimo, que me cativa de uma maneira estranhamente agradável.


Essa música fez parte da compilação Metal Massacre IV, foi o único vídeo que encontrei da banda ao vivo.


The Alien:



Apocalypse (SWI)


O Apocalypse da Suiça é uma banda antiga que conseguiu destaque sendo convocada para abrir a tour européia do Metallica na época do ...And Justice For All. O debut auto-intitulado de 1988 mostra um típico speed/thrash europeu com vocais limpos e agressivos e um excelente trabalho de guitarras, mas o que separa de verdade a banda da grande maioria é que o Apocalypse conseguia fazer músicas realmente marcantes. Confiram Digital Life, Apocalypse e Cemetery que vocês irão ver que essa banda merecia um destaque maior na cena européia.


Infelizmente a oportunidade que o Apocalypse teve para se destacar foi por agua abaixo já que a banda demorou cinco anos para lançar seu segundo full-length. O álbum Faithless soa muito diferente do debut Apocalypse, mas não necessariamente para pior. Com uma gravação muito superior, o Faithless não possuí exatamente aquele som clássico de speed/thrash metal mas ao mesmo tempo ficou mais marcante e original. A base tradicional do thrash metal continua porém com uma variação maior, típica dos anos 90, o que torna a audição desse álbum no mínimo interessante. Há muitos destaques para citar, pois tanto as primeiras músicas com mais pegada soam muito legais, embora estranhamente as faixas mais rápidas aparecem apenas no final. Sendo assim então mais um álbum perdido dos anos noventa, o Faithless é interessante principalmente para os mais radicais, que colocam prazo de validade no metal e acham que tudo de bom era feito apenas antes de duas décadas atrás.


quinta-feira, 28 de abril de 2011

Ghost - Opus Eponymous (2010)



Uma das maiores revelações do momento, o Ghost é a banda que todo mundo agora só fala sobre. Com uma sonoridade calcada no rock obscuro setentista, uma temática ocultista e uma gravação totalmente controlada, em tempos em que você pega um disco e só consegue ouvir o barulho dos bumbos, ouvir um álbum com uma sonoridade como a do Opus Eponymous é no mínimo revigorante. Não é absurdo nenhum dizer que o Ghost surgiu com a intenção de fazer algo que fica em um meio termo entre o Blue Oyster Cult (na sonoridade) nos anos 70 com a essência do Mercyful Fate, assim agradando tanto fãs do rock clássico quanto do heavy metal. Não apenas isso, mas as músicas possuem uma qualidade que é incomparável nos dias atuais, confiram Ritual e Stand By Him apenas para citar os maiores exemplos de destaque desse disco sensacional.

Ainda não se sabe quem são os membros da banda (Há boatos de que sejam os caras do Watain) e a gravadora bloqueou todos os sites que disponibilizavam os links para download do álbum. Esse "marketing" todo já poderia funcionar se não houvesse nenhum talento por trás da coisa, mas Opus Eponymous é de fato um álbum que vai contra toda a maré do momento, não exatamente uma salvação pro estilo, mais uma banda que merece todo o destaque através da arte de sua música, o que no final das contas é o que mais importa.

Alguns vídeos do festival Roadburn:

Stand By Him:

Con Clavi Con Dio:



Devastation (Texas)



O Devastation texano (existem mais 3 bandas americanas com o mesmo nome) em seu debut Violent Termination (1987) soa mais como uma banda amadora do que qualquer coisa. O que realmente atrapalha as possíveis boas idéias que a banda possuía já nesse debut é a péssima gravação, tão ruim quanto qualquer demo-tape perdida do começo ou final dos anos 80. Algumas músicas como Massive Devastation são interessantes e levemente marcantes, principalmente devido aos vocais, que são basicamente falas colocadas em cima das músicas, o que dá até um toque original embora faça parecer que não há energia envolvida no processo musical da banda.


Nos primeiros cinco segundos da faixa Eye For An Eye você já nota a diferença da qualidade do segundo álbum do Devastation Signs Of Life (1989) para o primeiro Violent Termination. Com uma gravação muito melhor, com um vocal agora gritado (e não falado, como no primeiro disco) e, principalmente, com músicas muito mais convincentes, o álbum Signs Of Life é uma excelente pedida para fãs do thrash metal americano fora da bay area, do final dos anos 80. Embora não seja realmente um disco devastador, com certeza possuí seus momentos.


Em 1991 foi lançado o terceiro e último disco do Devastation, um avanço inquestionável na carreira da banda em todos os sentidos. O Idolatry é um álbum intenso, mais maduro e muito, mas muito mais pesado que os anteriores. Parte disso se deve a gravação excelente (feita por ninguém menos que Scott Burns) que criou uma parede sonora impenetrável com riffs extremamente bem trabalhados. Músicas como Forsaken Hatred e Souls Of Sacrifice mostram um lado sombrio, intrigante, extremamente veloz e pesadíssimo que o Devastation nunca tinha conseguido mostrar com seus lançamentos anteriores, isso sem falar do vocal do Rodney Dunsmore, que evoluíu de maneira drástica e esta muito mais agressivo do que anteriormente, além da própria sonoridade e maturidade da banda, que torna esse disco até próximo ao death metal. Idolatry é um disco simplesmente espetácular, um dos últimos momentos brilhantes do thrash metal.

Em 2008, o Idolatry foi relançado em vinil com uma nova capa e regravações excelentes para 3 músicas do álbum Signs Of Life, foi feita uma nova capa para o álbum, uma atualizada na original que ficou simplesmente absurda:


A banda voltou a ativa e planeja lançar um novo álbum, confiram alguns vídeos (das faixas regravadas) banda na atualidade:

Tomorrow We Die:
Desolation:

Pra fechar, aquela que na minha opinião é a melhor música da carreira do Devastation:

Forsaken Hatred: