sexta-feira, 29 de abril de 2011

Sacred Blade - Of The Sun + Moon (1986)


O álbum Of The Sun + Moon da banda cult canadense Sacred Blade é um grande exemplo do que poderia soar em uma fusão entre heavy metal tradicional e rock progressivo setentista. Com um conceito "sci-fi", riffs semi-técnicos e linhas vocais que variam entre inexpressivos e alucinantes, esse disco é nada menos do que uma tremenda pérola oitentista esquecida no tempo. As variações ritmícas de músicas como a faixa-título e Fieldz Of The Sunshrine dão quase que um sentimento intrigante a música do Sacred Blade. O único defeito desse álbum é que ele possui um par de músicas mais voltadas ao heavy metal típico e básico, e bem ruins por sinal, causando uma leve falta de foco que realmente pode distrair sua atenção durante a experiência, mas no geral esse é um álbum interessantíssimo, que me cativa de uma maneira estranhamente agradável.


Essa música fez parte da compilação Metal Massacre IV, foi o único vídeo que encontrei da banda ao vivo.


The Alien:



Apocalypse (SWI)


O Apocalypse da Suiça é uma banda antiga que conseguiu destaque sendo convocada para abrir a tour européia do Metallica na época do ...And Justice For All. O debut auto-intitulado de 1988 mostra um típico speed/thrash europeu com vocais limpos e agressivos e um excelente trabalho de guitarras, mas o que separa de verdade a banda da grande maioria é que o Apocalypse conseguia fazer músicas realmente marcantes. Confiram Digital Life, Apocalypse e Cemetery que vocês irão ver que essa banda merecia um destaque maior na cena européia.


Infelizmente a oportunidade que o Apocalypse teve para se destacar foi por agua abaixo já que a banda demorou cinco anos para lançar seu segundo full-length. O álbum Faithless soa muito diferente do debut Apocalypse, mas não necessariamente para pior. Com uma gravação muito superior, o Faithless não possuí exatamente aquele som clássico de speed/thrash metal mas ao mesmo tempo ficou mais marcante e original. A base tradicional do thrash metal continua porém com uma variação maior, típica dos anos 90, o que torna a audição desse álbum no mínimo interessante. Há muitos destaques para citar, pois tanto as primeiras músicas com mais pegada soam muito legais, embora estranhamente as faixas mais rápidas aparecem apenas no final. Sendo assim então mais um álbum perdido dos anos noventa, o Faithless é interessante principalmente para os mais radicais, que colocam prazo de validade no metal e acham que tudo de bom era feito apenas antes de duas décadas atrás.


quinta-feira, 28 de abril de 2011

Ghost - Opus Eponymous (2010)



Uma das maiores revelações do momento, o Ghost é a banda que todo mundo agora só fala sobre. Com uma sonoridade calcada no rock obscuro setentista, uma temática ocultista e uma gravação totalmente controlada, em tempos em que você pega um disco e só consegue ouvir o barulho dos bumbos, ouvir um álbum com uma sonoridade como a do Opus Eponymous é no mínimo revigorante. Não é absurdo nenhum dizer que o Ghost surgiu com a intenção de fazer algo que fica em um meio termo entre o Blue Oyster Cult (na sonoridade) nos anos 70 com a essência do Mercyful Fate, assim agradando tanto fãs do rock clássico quanto do heavy metal. Não apenas isso, mas as músicas possuem uma qualidade que é incomparável nos dias atuais, confiram Ritual e Stand By Him apenas para citar os maiores exemplos de destaque desse disco sensacional.

Ainda não se sabe quem são os membros da banda (Há boatos de que sejam os caras do Watain) e a gravadora bloqueou todos os sites que disponibilizavam os links para download do álbum. Esse "marketing" todo já poderia funcionar se não houvesse nenhum talento por trás da coisa, mas Opus Eponymous é de fato um álbum que vai contra toda a maré do momento, não exatamente uma salvação pro estilo, mais uma banda que merece todo o destaque através da arte de sua música, o que no final das contas é o que mais importa.

Alguns vídeos do festival Roadburn:

Stand By Him:

Con Clavi Con Dio:



Devastation (Texas)



O Devastation texano (existem mais 3 bandas americanas com o mesmo nome) em seu debut Violent Termination (1987) soa mais como uma banda amadora do que qualquer coisa. O que realmente atrapalha as possíveis boas idéias que a banda possuía já nesse debut é a péssima gravação, tão ruim quanto qualquer demo-tape perdida do começo ou final dos anos 80. Algumas músicas como Massive Devastation são interessantes e levemente marcantes, principalmente devido aos vocais, que são basicamente falas colocadas em cima das músicas, o que dá até um toque original embora faça parecer que não há energia envolvida no processo musical da banda.


Nos primeiros cinco segundos da faixa Eye For An Eye você já nota a diferença da qualidade do segundo álbum do Devastation Signs Of Life (1989) para o primeiro Violent Termination. Com uma gravação muito melhor, com um vocal agora gritado (e não falado, como no primeiro disco) e, principalmente, com músicas muito mais convincentes, o álbum Signs Of Life é uma excelente pedida para fãs do thrash metal americano fora da bay area, do final dos anos 80. Embora não seja realmente um disco devastador, com certeza possuí seus momentos.


Em 1991 foi lançado o terceiro e último disco do Devastation, um avanço inquestionável na carreira da banda em todos os sentidos. O Idolatry é um álbum intenso, mais maduro e muito, mas muito mais pesado que os anteriores. Parte disso se deve a gravação excelente (feita por ninguém menos que Scott Burns) que criou uma parede sonora impenetrável com riffs extremamente bem trabalhados. Músicas como Forsaken Hatred e Souls Of Sacrifice mostram um lado sombrio, intrigante, extremamente veloz e pesadíssimo que o Devastation nunca tinha conseguido mostrar com seus lançamentos anteriores, isso sem falar do vocal do Rodney Dunsmore, que evoluíu de maneira drástica e esta muito mais agressivo do que anteriormente, além da própria sonoridade e maturidade da banda, que torna esse disco até próximo ao death metal. Idolatry é um disco simplesmente espetácular, um dos últimos momentos brilhantes do thrash metal.

Em 2008, o Idolatry foi relançado em vinil com uma nova capa e regravações excelentes para 3 músicas do álbum Signs Of Life, foi feita uma nova capa para o álbum, uma atualizada na original que ficou simplesmente absurda:


A banda voltou a ativa e planeja lançar um novo álbum, confiram alguns vídeos (das faixas regravadas) banda na atualidade:

Tomorrow We Die:
Desolation:

Pra fechar, aquela que na minha opinião é a melhor música da carreira do Devastation:

Forsaken Hatred:

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Thornclad - Coronation Of The Wicked (1999)




Mais uma bela adição para a cena thrasher suéca. O Thornclad é uma banda interessante - provavelmente se esse disco tivesse saído uns 10 anos antes, a banda hoje seria mais considerada, porém, o álbum Coronation Of The Wicked foi lançado em uma época em que o thrash metal em sua forma tradicional estava praticamente esquecido, e ótimos discos como esse acabaram ficando para trás. O som aqui apresentado mostra uma média entre técnica e agressividade, com algumas pequenas dosagens melódicas que adicionam um certo feeling diferente, meio melancólico e até mesmo original para o som da banda.


Sem nenhuma maior divulgação ou destaque na época em que o thrash metal tradicional estava em baixa, não houve como a banda sobreviver. Sobra apenas esse único registro musical desses verdadeiros "guerreiros" thrashers que insistiram no estilo.

Skyclad - The Wayward Sons Of Mother Earth (1991)


Após sair da banda inglesa Sabbat, o vocalista Martin Walkyier se uniu com alguns integrantes já experientes da cena inglesa (Steve Ramsey e Graeme English, ambos ex-Pariah e Satan) e formou o Skyclad, a primeira e mais influente banda do estilo conhecido como Folk Metal. The Wayward Sons To Mother Earth foi provavelmente o primeiro disco desse estilo, mas se comparado ao resto da discografia do Skyclad percebemos que ainda há muito do thrash metal antes praticado pelo Sabbat, o que dá um toque extremamente especial ao disco. Essa junção (aparentemente absurda) de thrash com folk metal gerou um dos discos mais legais do começo da decada de 90, sem dúvidas. Se não fosse por The Widdershins Jig, pela balada Moongleam And Meadowseet e por algumas poucas intros, poderíamos dizer que esse disco é tão pesado quanto qualquer coisa que o Sabbat tenha feito. Logo na abertura com The Sky Beneath My Feet após sua introdução entrega um dos riffs mais absurdos do thrash metal. Concluíndo, creio que dê para dizer que o debut do Skyclad completa a triologia do "thrash metal pagão" de uma maneira muito mais satisfatória do que o incoerente Mourning Has Broken, terceiro álbum do Sabbat lançado no mesmo ano.

Após o lançamento do debut o Skyclad foi pouco a pouco se distanciando do thrash metal mas se tornou a mais influente banda de folk dentro do metal. Contudo, esse primeiro álbum fica como o registro de um marco único no estilo, pois algo assim nunca foi repetido na história.


terça-feira, 26 de abril de 2011

Cyclone (BEL)



Sendo um dos lançamentos mais antigos da cena européia (1986), o debut da banda belga Cyclone Brutal Destruction não é exatamente o que eu chamaria de uma obra-prima. Com os vocais mais toscos e engraçados da época, a música desse disco é um thrash metal básico, perfeito para se ouvir bangueando com aquele sorriso no rosto e nada mais. Não adianta querer encontrar nada de revolucionário no som do Cyclone nessa época, em outras palavras, esse disco é realmente recomendado apenas para os fãs de metal em sua forma mais pura e tradicional.


Apesar de bem mais raro e bem menos comentado, o segundo álbum do Cyclone é muito mais maduro e inteligente que o primeiro. Quatro anos após o lançamento do debut, a banda voltou com vocais muito mais sérios e agressivos (sem aqueles agudos irritantes), músicas bem mais desenvolvidas e com idéias bem mais legais. O álbum Inferior To None soa no final das contas um álbum realmente bom - até mesmo as letras atingiram um outro nível de maturidade. Assim sendo, fãs de thrash metal europeu, confiram sem medo.


A banda não segurou a bronca depois das dificuldades para o lançamento do Inferior To None e encerrou as atividades pouco tempo após o lançamento do álbum.

Invocator 91-93



A banda dinamarquesa Invocator apresenta em seu debut Excursion Demise (1991) um thrash metal técnico extremamente pesado, quase beirando ao death metal. Mesmo pouco conhecida no Brasil, o Invocator é levemente considerado na Europa pelos bangers sobreviventes do começo dos anos 90, fazendo um som brutal mas ainda com a pegada do thrash, cheio de variações (principalmente na bateria) e muito legal. Não é muito fácil encontrar aquele tipíco som marcante do estilo nesse álbum, mas em compensação ele é mais íntegro e melhor para ouvir do ínicio ao fim. O fato de não soar como uma típica banda européia dá um destaque a mais ao Invocator com seu debut Excursion Demise.


O segundo álbum do Invocator soa um pouco diferente do som encontrado no debut Excursion Demise. O álbum Weave The Apocalypse é um típico lançamento noventista, com os vocais com uma pegada mais street e um som um pouco mais simplificado, bem mais arrastado e com pegada mas ainda mais marcante, com alguns riffs absurdos. Talvez se o Weave The Apocalypse tivesse sido lançado no ano 2000 não seria tão interessante, mas para 1993 não era muito comum ver uma banda de thrash assim na Europa. Escolher entre o melhor álbum dos 2 primeiros do Invocator é apenas uma questão de gosto pessoal, já que ambos possuem uma qualidade semelhante apesar das diferenças entre eles.

Lost At Birth:

Depois do Weave The Apocalypse a banda não lançou nenhum álbum realmente marcante ou que lembrasse essa fase mais devastadora, aliás ela mudou bastante, mas fica para o registro esses dois belos lançamentos perdidos de thrash metal como uma prova da força do thrash metal do começo dos anos 90.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

NWOBHM Hell



Eu estava louco pra conferir o novo material do Hell ( que vai ser lançado pela Nuclear Blast, pra quem pode hein...) mais pelo fato de que o vocalista Martin Walkyier estaria substítuindo o vocalista original (já falecido), nem fazia idéia que chamaram o David Bower, um ator de teatro e TV pro posto de vocalista no lugar do Walkyier, e o melhor - o cara manda bem pra caramba, com uma voz meio desesperada mas bem interessante:

On Earth As It Is In Hell:

De fato a banda acaba soando (provavelmente sem a intenção) um pouco engraçada com esse visual forçado, mas com um som totalmente calcado na NWOBHM clássica nem há muito o que reclamar, metal em sua mais pura forma.

Vejam só que figura o cara, que no teatro assina como David Beckford, falando sobre uma de suas peças:

terça-feira, 19 de abril de 2011

Evil Shepherd - Sowing Death (2010)


Surpreendente esse Sowing Death dos belgas do Evil Shepherd. Mano, os caras seguem um caminho totalmente diferente de todas as bandas recentes de thrash europeu da atualidade. O som é muito cru, bem feito, como uma energia incrível e nada superproduzido, sem contar esse insano que faz o papel de "vocalista", o cara faz um show a parte com uma performance direta porém violentíssima. Porra, taí um bagulho surpreendente.



1. Skull mountain
2. Priesthunt
3. De-baptizer
4. Devil's pact



Esse vídeo é um take com trechos de 4 sons que resume bem tudo que o Evil Shepherd é no palco.


E aí a versão de estúdio da Nail It To The Cross, o último e melhor som do disco, com uma introdução que voce precisa ouvir para crêr hahahaha...

MySpace

Loudblast - Emptiness Crushes My Soul



Não sou um grande entusiasta da cena francesa de metal. Gosto de algumas bandas, e o Loudblast está acima de qualquer outra que eu goste de lá. Saquem só que violência death thrash absurda é esse clipe novo do disco Frozen Moments Between Life And Death que saiu anteontem



Ainda com participação da atriz pornô francesa Nina Roberts, coisa fina.

Johan Lanquist e Candlemass juntos novamente



Como diz o título, aquele que na minha opinião sempre foi o melhor vocalista que já passou pelo Candlemass, aquele que mesmo não sendo efetivado na banda contribuiu com sua voz para a gravação de um dos melhores álbuns de metal europeu foi convidado para cantar novamente o Epicus na íntegra no festival Roadburn na Holanda.

Set List:


Intro - Marche Funebre 
Mirror Mirror 
If I Ever Die 
Hammer of Doom 
At the Gallows End 
Samarithan 


Epicus Doomicus Metallicus set with original singer Johan Langquist
Solitude 
Demons Gate 
Crystal Ball 
Black Stone Wielder 
Under the Oak 
A Sorcerer's Pledge 


Encore:
The Well of Souls 
Emperor of the Void 
Don't Fear The Reaper (!)
Darkness in Paradise (!!)

Que puta show especial, além de trazerem de volta Darkness In Paradise pro set list (e deixarem logo pro final) ainda tocaram pela primeira vez o cover do Blue Oyster Cult que foi gravado no último EP. Já tivemos a possibilidade de assistir um show do Candlemass com o Messiah nos vocais, agora está mais do que na hora de assistir um com o Robert Lowe (com o Lanquist já é pedir demais hehehehe...) e com um set desse nível.

Segue alguns vídeos do show, babem com a voz do Johan Lanquist que continua a mesma, e dêem só uma sacada nas imagens de fundo rolando durante a Black Stone Wielder que coisa mais intrigante:

Crystal Ball:
Black Stone Wielder:
Don't Fear The Reaper

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Kaleidos



Depois da merda que foi o cancelamento da tour do Voivod na América do Sul, eis uma bela notícia - a banda pelo visto continuará a lançar discos mesmo após a morte do Piggy, já que a escolha do Daniel Mongrain para o posto de guitarrista foi mais do que acertada, com um cara que conseguiu reproduzir fiélmente o tipo de som criado pelo falecido mentor do Voivod. Não apenas isso, mas pelo visto isso deu uma energia nova pra banda, ele já deve estar se sentindo em casa (o cara tocou no Gorguts e no Cryptopsy porra...) para ter composto essa belezura aqui:




Detalhe para o Snake lendo a letra no palco, que ânimo. Hahahahahaha...

Depois do insosso Infini, não esperava que a banda fosse voltar a lançar material novo, tampouco que o material voltasse a ter essa certa essência que chega a lembrar até a fase mais criativa da banda, que ao meu ver durou de 87 até 93. Não que exatamente esse material lembre alguma fase em especial, e ainda assim é cedo pra falar, mas a julgar por essa música, um disco novo do Voivod voltar a abalar a cena metal em 2011 será algo gratificante. Nós precisamos e merecemos algo assim, de verdade.

Segue mais alguns vídeos, dessa vez da apresentação da banda no Chile que ocorreu faz algumas semanas, datas foram remarcadas para 2011 mas o Brasil ficou de fora, segundo informações por problemas com visto (para entrar aqui?...) independente das razões que todos pensam saber e pouco interessa agora também, fica o registro pra termos uma noção do que a gente perdeu:

Ripping Headaches:
Experiment:
Overreaction:
The Prow:

Boas vindas

Sejam bem-vindos ao  Marching Over Blood, mais uma tentativa minha de manter um blog.

Resolvi criar esse novo blog com o intuito de torna-lo um pouco mais variado do que o meu anterior, o Metal Legacy. Não apenas colocarei resenhas de discos de minha preferência (ou não) mas também optei por deixar esse espaço também para assuntos referentes a novidades na cena mundial atual de heavy metal e rock, divulgação e comentários sobre shows, possíveis entrevistas com bandas e artistas e tudo mais que eu achar que faça valer a pena. Já que desta vez o blog estara sem downloads, creio que as atualizações ocorrerão com uma frequência bem maior.

Bem, no geral, para minha primeira postagem é apenas isso. Conto com a presença dos frequentadores do meu antigo blog. Comentem!